quarta-feira, 18 de maio de 2011

Socorro , sou fofo ...

Tá bom, eu admito. Não adianta negar, fingir é inútil, de nada vale lutar contra os fatos. Uma hora na vida a gente tem que assumir, se contentar com o que tem, olhar diante do espelho e aceitar o que ele nos devolve: sou fofo mesmo, e daí? Se pudesse escolher, eu não seria. Queria ser um cara irresistível, musculoso, alto, desses que fazem as mulheres suspirarem quando passam e cochicharem, vermelhinhas: “Nossa, que homem!”. Eu as esnobaria, as trataria mal. E elas sempre voltariam aos meus braços, claro. Infelizmente, a natureza não me deu os traços, os bíceps, a altura, a voz e outros requisitos necessários para me candidatar a um cargo de Rodrigo Santoro ou de Du Moscovis na juventude. Não bastassem as deficiências genéticas, uma boa educação acabou de vez com a possibilidade de uma personalidade canalha, uma postura cafajeste, ou, no mínimo, uma arrogância esnobe. Assim sendo, tive desde cedo que apelar para técnicas mais complexas de persuasão, como a gentileza, o bom papo, as piadas e outras compensações. E não tardou, tendo trilhando com esforço esse caminho, para começar a ouvir os primeiros: “Ai, você é muito fofo!”. No começo eu chiava, reclamava, soltava uns palavrões, dava uma ou duas cusparadas no chão, fechava a cara. Aos poucos, fui vendo que ser fofo não era o fim do caminho. Não seria necessário entrar numa clínica de recuperação (F.A Fofos Anônimos) ou numa academia de ginástica. Havia mulheres que valorizavam um bom “fofo”. Já faz alguns anos que estou “trabalhando” esse meu lado, aprendendo a ser fofo e não ter vergonha disso. Hoje, como vocês estão vendo, posso falar em público sobre isso, sem ficar vermelho. Não se iludam, se pudesse escolher, nascia de novo com 1,85 m, jaqueta de couro, barba por fazer, bronzeado e com voz de dublador de protagonista em filme de ação. Mas a opção, infelizmente, não existe. O que me resta é não só aceitar o (ai, que horror) “fofura” em mim supostamente contida, como mais ainda, tentar acentuá-la. Como neste texto aqui, em que exponho minhas fraquezas, frustrações e angústias a todos vocês. Modéstia e orgulho à parte, não é uma atitude fofa?

Antônio Prata

Um comentário:

  1. Ai cara não querendo ser chato mas to com o mesmo problema você poderia me dizer o que fazer
    Você conseguiu superar mas tá difícil pra mim xD
    Se não for muito incomodo poderia me ajudar nisso por favor ^.^ ?

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